SOMOS CONSTITUÍDOS DE HISTÓRIAS QUE NOS MODIFICAM PARA SEMPRE
Tudo o que vivemos é capaz de gerar boas histórias e elas estão presentes em nossas vidas desde o início da nossa existência. Elas são responsáveis por nos ensinar fatos do passado para não repetirmos os mesmos erros no futuro e aprendermos a sermos pessoas melhores. Histórias são aconchegos que servem para nos inspirar, para melhorar nossa realidade e por que não, um escape em meio as dificuldades da vida.
Pobres aqueles que nunca puderam se dar o luxo de abrir uma página e mergulhar profundamente em seu conteúdo. Infelizmente o Brasil ainda conta com uma alta taxa de analfabetismo. De acordo com o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), nosso país ainda conta com cerca de 11,3 milhões de analfabetos entre 15 anos ou mais, correspondendo a 6,8% da população – números estes de 2018.
Mas e aqueles que contam com este privilégio e o desperdiçam? Livros ainda são meios inacessíveis para muitos, por isso é tão importante lutarmos para que mais pessoas sejam alfabetizadas, para que mais pessoas tenham acesso a livros e a literatura, é por isso que é tão importante repassarmos a ideia e este rico hábito para frente.
Se cada vez mais pessoas tivessem acesso a livros, talvez não estaríamos vivendo um caos político e socioeconômico no país, como o atual, assim como não estaríamos falhando miseravelmente como seres humanos. Levando em consideração que atualmente vivemos tempos sombrios em que grandes nomes do estado tentam censurar livros, o ato de ler se torna uma revolução.
Em 10 de maio de 1933, houve uma grande queima de livros na Alemanha, em plena praça pública feita por Nazistas, que destruiu muitas obras de escritores que tinham ideias diferentes das pregadas pelo regime de Hitler e seus aliados. Quando políticos ameaçam a intelectualidade é preciso revidar obtendo conhecimento.
OS LIVROS SALVARAM A MINHA VIDA
Quem me conhece pessoalmente sabe do meu amor imensurável pelos livros. Aprendi a ler cedo e sim, tive o enorme privilégio de ter acesso a livros e a ganha-los de presente em um acordo com minha mãe. Aos 9 anos, perdi meu melhor amigo, meu pai, e os livros foram um dos meus maiores suportes desde então.
Em um mundo intolerante e incompreensível, a menina que eu era se encontrou nas páginas, em mundos que pareciam ser melhores e mais confortáveis que a realidade em que eu vivia.
A ficção me confortou e se tornou minha melhor amiga, os grandes autores se transformaram em espelhos e meus personagens se tornaram meus heróis. Era e ainda é fácil ver a Marcella carregando um exemplar consigo, seja para qualquer lugar que vá a possibilitar de realizar nem que seja uma breve leitura.
Minha paixão veio a definir minha profissão e hoje, a existência do Raprosando, que tanto tem contribuído para a minha evolução pessoal.
Na semana passada, convidei meus leitores a me contar suas próprias histórias com a literatura, depois de dividir a minha. E recebemos histórias que me emocionaram e me inspiraram e não poderia deixar de dividir com os demais, e agora apresento todas elas a vocês:
KIMBERLY SOUZA
“Livros são como refúgios para quem escreve e para quem lê. Foi a partir deles que, desde pequena e sempre muito solitária, descobri um acalento, uma companhia e uma voz. Na infância mergulhava em fantasias e histórias das mais mirabolantes, mesmo que o livro que eu tinha em casa tivesse só umas 6 ou 10 páginas com uma historinha de “felizes para sempre”. Na adolescência, quando o bullying acentuou ainda mais minha solidão e a melancolia queria tomar conta, eu corria para a biblioteca e lia vorazmente só para ter com o que sonhar, só para manter longe os sentimos ruins que me tomavam conta. Lia pelo menos um livro inteiro por semana e foi nessa época que me apaixonei perdidamente pela literatura brasileira, pelo Machado, a Clarice, o Oswald, o Augusto. Hoje, no alto dos meus 20 e tantos anos, os livros se tornaram um espelho. Leio quando preciso me compreender, quando preciso de inspiração ou quando preciso romper a bolha cômoda que me impede de entender o mundo do outro. Livros são instrumentos de transformação. Sempre foram e sempre serão. Obrigada por me lembrar disso, @raprosando!”
ALINE SOARES
“Meu maior sonho de criança era ser astronauta, ir para o espaço, desbravar as estrelas e enxergar com meus pequenos olhos a imensidão do universo. Trilhei meus passos até meu objetivo, porém ele foi interrompido por motivos de força maior, mas minha cabeça ainda fica nas nuvens e viajo olhando para o céu tentando imaginar o qual infinito é tudo isso. É com esse olhar de criança que aprendi a viver meus dias. As aventuras de Arthur Dent me carregam para esse época da vida em que a poesia e inocência dos dias transbordava pelos olhos de uma Aline sonhadora que nunca deixou de sonhar.
Ps: para os dias difíceis “Não entre em pânico
PPs: quantas palavras cabem na história da vida de cada um @raprosando”
ELENILDE CORRÊA
“Diferente do que muitos pensam, a literatura não esteve presente na minha infância, ela veio falar mais alto, agora na minha fase adulta, ter livros era algo distante da minha realidade quando mais nova, apenas os livros escolares faziam parte do meu dia a dia.
Quando estava fazendo meu TCC, fui na casa de uma senhora e ela me chamou na biblioteca da casa dela. Fiquei tão encantada com tantos livros, e hoje sou eu que estou em busca de montar a minha própria estante cheia de livros.
Pessoas tem sonhos seja ele qual for, eu sonhava em ser professora quando criança, mas, meu sonho mudou para ser jornalista, hoje sou formada e tudo que eu mais desejo é levar a literatura para mais pessoas. Para que mais jovens ou adultos tenham o mesmo amor pela leitura assim como eu tenho hoje.
Meus livros são aquela válvula de escape que eu preciso quando quero me desconectar do mundo. Cada história que eu leio me faz ver o mundo de um jeito diferente.
E tudo começou há mais ou menos um ano e meio, quando ganhei de presente no meu aniversário a coleção da autora Julia Quinn. Depois desses nove livros a estante só vem aumentando a cada dia.”
FLORENCE MARTINS
“Quando li esse livro acho que tinha 12 anos, a história era sobre uma garotinha que mesmo enfrentando inúmeros problemas, sempre buscava ver o lado bom das coisas. Esse livro me marcou e apesar de ter lido ainda menina sempre lembro dele com carinho. Pollyanna tentava todo tempo enxergar os problemas de outra perspectiva, o Jogo do Contente que ela jogava como forma de se manter positiva e contagiar as pessoas, nada fazia ela desanimar. O curioso é que quem me emprestou esse livro foi minha tia Inezita, ela era uma das pessoas mais divertidas e alegres que conheci. Nunca vi ela brava, ou de cara feia com alguém, mesmo diante das dificuldades ela sorria. Sempre que me encontrava tentava me pôr pra cima, me fazia sair de casa, me contava histórias, me aconselhava, tudo com leveza e bom humor. Tia Zita era uma das poucas pessoas que conseguiam ter acesso a mim. Pouco antes de partir, ela me entregou o livro e disse pra eu ficar com ele. E depois que a perdi eu comecei a entender que ela era “a minha Pollyanna”, que de alguma forma ela estava me ensinando a jogar o Jogo do contente. Eu estou tentando aprender a jogar tia Zita, estou tentando… ”
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Marcella Montanari
Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.