2ª TEMPORADA DE DARK | CRÍTICA
A primeira série original alemã da Netflix teve sua estreia mundial em 2017 e apesar do tempo que se passou desde então, ainda parece que foi ontem que a primeira temporada explodiu a cabeça de muitas pessoas com uma história no mínimo enigmática, mas com a estreia da segunda temporada de Dark, os danos são ainda maiores com todas as suas inesperadas reviravoltas.
A diferença entre passado, presente e futuro é somente uma persistente ilusão – Albert Eistein
Dark mergulha em uma aura sombria que combina com seus mistérios e segredos que em um piscar de olhos prova poder mudar tudo, e que a compreensão de quem assiste está distante do que acredita ser uma linha estrutural assertiva. Sua complexidade narrativa é o que mantém a história tão intrigante, puxando-nos para dentro dela ao nos depararmos com questões do ponto de vista humano, crenças e comportamento no qual nos identificamos.
Questões como nossas origens, nosso temido futuro, a multiplicidade de dúvidas das perguntas ainda sem respostas. Dark nos faz repensar o mundo a nossa volta e a percepção que temos dele, do que nos cerca e de uma das coisas mais valiosas que temos: o tempo.
O que fizemos com o tempo que tivemos até aqui?
O que eu teria feito de diferente?
O que mudaria se pudesse voltar?
Conseguiria de fato mudar algo?
Quanto tempo ainda me resta?
A segunda temporada de Dark nos entrega personagens aprofundados em seus medos, confusões e inseguranças, onde tentam não se perder em seus próprios segredos. Algumas respostas chegam, para que outras dezenas de dúvidas se formem. A série que já se baseava em algumas teorias e estudos científicos, abraça ainda mais a ficção científica, que somado ao suspense e ao drama, nos entrega um resultado digno de se maratonar.
A ideia de que o seriado nos entregaria uma visão maniqueísta entre Noah (Mark Waschke) e Claudia Tiedemann (Julika Jenkins) na disputa pelo controle absoluto das viagens do tempo, nos surpreende mais uma vez na segunda temporada de Dark, criando uma atmosfera angustiante por não conseguirmos identificar quem está do lado supostamente correto da história. A disputa soa como um jogo de tabuleiro onde ambos são peões de algo maior, comandado pelo grupo Sic Mundus, uma organização criada para viajantes no tempo, na qual nos apresenta o deformado Adam (Dietrich Hollinderbäumer), a versão futura de Jonas Kahnwald (Louis Hofmann).
De 33 em 33 anos a história se repete.
“O ontem, o hoje e o amanhã não são consecutivos, mas estão conectados em um círculo infinito”.
Dark se baseia em Albert Einstein e sua Teoria Geral da Relatividade que sim, é muito complexa, mas nos explana que o tempo não é linear, mas circular. Por isso algumas questões não podem ser alteradas como se imaginava e a corrida entre impedir alguns fatos que já aconteceram se torna falha.
Baran Bo Odar e Jantje Friese, criadores da série alemã, arquitetaram um universo em uma paleta de cores frias, com muitas reviravoltas, com construções de diálogos diferentes e uma melancolia em meio a uma chuva que parece não ter fim. A trilha sonora fantástica ajuda a compor a dramaticidade de uma belíssima fotografia.
A segunda temporada de Dark desperta mais curiosidades, dúvidas e não falha na missão de surpreender quem assiste, deixando os fãs com a difícil tarefa de esperar pela conclusão do 3º ciclo em 2020, na terceira e última temporada da série.
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NOTA:
TRAILER:
Marcella Montanari
Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.