Avatar: O Caminho da Água, filme de James Cameron
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AVATAR: O CAMINHO DA ÁGUA | CRÍTICA

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Inegável é dizer que o universo criado por James Cameron não encanta aos que se aventuram a comprar a experiência proporcionada pelo criador de Pandora e suas belezas excêntricas que nos fizeram aguardar 13 anos para um novo mergulho em Avatar: O Caminho da Água.

Se passaram muitos anos e o gostinho que o primeiro filme deixa para quem se identifica com a proposta é como seria vivenciar a continuação dessa história que para a época lançada, se tornou uma das produções mais revolucionárias devido a riqueza de detalhes e o 3D que surpreende em tela. Mas agora que chegamos aqui, mesmo os apaixonados pela franquia se perguntam: se tirarmos toda a concepção visual e a belíssima dedicação dos responsáveis na imponência de detalhes, o que nos sobra?

Ao explorarmos Pandora além das fronteiras da floresta, conhecemos os povos do recife e as distinções étnicas e culturais que existem entre os povos Na’vi. Vindo de James Cameron, não é de se esperar nada menos do que o máximo deslumbre possível, como se ele ainda precisasse reafirmar sua capacidade em criar mundos ou extensões do imaginário.

Avatar: O Caminho da Água, filme de James Cameron
(Divulgação: Avatar: O Caminho da Água| Walt Disney Studios Motion Pictures)

TODO O TEMPO DO MUNDO QUE NÃO PRECISAVA

O maior inimigo de Avatar: O Caminho da Água, não se trata de Miles Rick Quaritch (Stephen Lang) e sua tropa, mas sim o tempo de duração de 3 horas e 12 minutos que se força a estender cenas desnecessárias para o contexto narrativo e que matam a dinâmica imersiva ou envolvente do filme.

Por consequência, Cameron prende o público com cenas monótonas durante a primeira hora do longa, causando uma sensação enfadonha nas cadeiras de cinema, devido a construção nada assertiva do roteiro, assim como pelo fetiche de um filme desnecessariamente extenso.

A má estruturação de um roteiro desditoso que brinca com o óbvio e fica em segundo plano pela exuberância visual que acredita apagar todos os demais infortúnios do filme pelo grande destaque que demonstra; como a desaparição quase instantânea dos Na’vis durante o embate final, tendo restado apenas a família protagonista sob os nossos olhos e o mistério exaustivo sobre a real origem de Kiri (Sigourney Weaver), ou seja lá o que tentaram nos instigar de forma repentina sobre ela no meio do segundo arco para o fim.

Nesse ínterim, assistimos um desafortunado protagonista que desaparece em meio à tentativa de ‘pai do ano’, Jake Sully (Sam Worthington) eventualmente mais maduro, com a finalidade de tentar salvar a própria família, fica à mercê da migração completa dos holofotes para os filhos, que a propósito, brilham no segundo ato em meios aos recifes e a magia das águas.

Avatar: O Caminho da Água, filme de James Cameron
(Divulgação: Avatar: O Caminho da Água| Walt Disney Studios Motion Pictures)

Seria quase crueldade não reconhecer o magnetismo que os povos do recife causam e a suntuosidade dos animais marítimos que deslumbram não apenas Kiri, mas se tornam quase sagrados para quem os assistem também.

Avatar é um daqueles longas de que uma história está pré-definida e bem instaurada com início, meio e fim, mas que os responsáveis pela produção sentem uma grande tentação de testar o público e começar abrir frestas ou furos para questionamentos na possível intenção de: e se fizéssemos mais?

O roteiro nunca foi o fragmento mais importante de Avatar, nem mesmo no primeiro, apesar de comprarmos facilmente a proposta de um novo mundo pela incessante ideia de encantar os nossos olhos e nossas mentes. O storytelling não traz novidades aos que se cercam de realidade e sabem dos riscos que a humanidade corre quando falamos de meio ambiente e sustentabilidade.

Como seres primitivos que somos, apesar de muitos se negarem pelo alto ego de seres superiores pensantes, mas não tão inteligentes quanto acreditam ser, já que continuam devastando, desmatando, caçando e tantos outros fatores que parte da sociedade acha comum por ser lucrativo e se esquecem da própria morada. Não tirando o mérito de retratar a importância de tal fato, pelo contrário, Avatar neste quesito, consegue criar o incômodo desejado.

Avatar: O Caminho da Água, filme de James Cameron
(Divulgação: Avatar: O Caminho da Água| Walt Disney Studios Motion Pictures)

Ao término de três longas horas com a sensação de poder cortar pelo menos 1 hora de filme, fica a sensação de descontentamento, mas não por completo. Porventura, a estrutura narrativa talvez não seja tão importante para algumas pessoas, desta forma, o visual acaba comprando a sensação de um grande filme, ou ela seja realmente o ponto chave aqui.

Por outro lado, afortunadamente, para os que priorizam uma boa história, Avatar: O Caminho da Água não é um completo dissabor, mas precisa se compactar pelo que tem para apresentar ou se reinventar no ato de contar uma história, tão bem quanto encanta aos olhos.

NOTA:

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Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.

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