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Homem-Aranha: No Aranhaverso | Obra prima que os fãs mereciam

Toda a expectativa do público perante a animação Homem-Aranha: No Aranhaverso não decepciona de forma alguma, pelo contrário, ultrapassa. É incrível como a concepção do filme foi criada e resultou em uma bela obra de arte. As diferentes formas de ilustração e estilos se cruzam de uma forma que salta aos olhos de encantamento. As cores entram em total harmonia com a dramaticidade da história e o roteiro conta uma história que envolve crianças e adultos, agradando fãs das antigas e atuais.

Homem-Aranha: no Aranhaverso além de expor uma nova concepção artística envolvendo o teioso, também envolve uma nova faceta de um Homem-Aranha, Miles Morales (Shameik Moore), um jovem negro de origem hispânica e que tenta se encaixar em um universo no qual aparentemente não se sente pertencido. Essa diversidade foi mais do que bem incluída, ela era necessária. É bom lembrar que Miles Morales foi inspirado em Donald Glover, graças a campanha que muitos fãs iniciaram no tempo das antigas para que o ator assumisse o papel logo após Tobey Maguire deixar a franquia. Apesar do papel ter acabado com Andrew Garfield, foi essa campanha que inspirou Brian Michael Bendis a desenvolver o protagonista do Aranhaverso posteriormente.

Crédito da imagem: Sony Pictures Animation

O filme foge do estilo convencional e se alimenta diretamente dos quadrinhos, além de notarmos várias referências e inspirações durante a trama, inclusive dos já existentes filmes do aranha. O modo como usaram as inspirações dos quadrinhos também ficou sensacional, moderado e facilita o entendimento do espectador, com as onomatopeias e até mesmo os pensamentos de Morales escritos na tela. A forma como as cenas de ação foram montadas também é de se impressionar, o filme fez movimentos ousados que nos possibilitam ver toda a mobilidade dos personagens, algumas lindas demais e muito bem exploradas pela direção.

Morales se depara com um enorme desafio após ser picado por uma aranha e descobrir que seu destino tem um futuro que jamais havia premeditado, somado aos conflitos e dramas já existentes da adolescência, escola e seu vínculo familiar.

“Qualquer um pode usar a máscara do Homem-Aranha”

Crédito da imagem: Sony Pictures Animation

Homem-Aranha: No Aranhaverso sabe emocionar nos momentos pontuais como promover boas risadas ao decorrer da história. Impossível não se emocionar com a representação do incrível Stan Lee, que dublou seu próprio personagem antes de falecer, tendo sido um dos seus últimos trabalhos antes de partir. Assistir essa cena emociona e muito, sabendo principalmente que o teioso era a criação que mais nutria carinho.

Até o momento, Homem-Aranha: No Aranhaverso foi de longe o melhor filme do teioso até o momento. Se a Sony havia deixado a desejar e muito até o momento, compensou brilhantemente com a animação e honrou o super-herói.

Falando das diversas aranhas, fica claro como cada uma pertence a uma dimensão diferente e essas particularidades são muito bem respeitadas e exploradas. Gwen Stacy (Hailee Steinfeld) parece uma bailarina nos ares e teve as cores dos quadrinhos mantidas em suas cenas, diferente de Peni Parker (Kimiko Glenn) que parece ter sido arrancada de um anime e se alimenta da tecnologia para criar sua versão própria de uma aranha. Já o Porco-Aranha (John Mulaney) que nos lembra imediatamente da brincadeira de Homer Simpson, na realidade parece um personagem retirado do universo Looney Tunes, impossível não vermos referências ao porco Gaguinho. O Homem-Aranha Noir (Nicolas Cage) que mantém o estilo “Noir”, da década de 30, preto e branco, sempre nas sombras, mantendo aquele ar misterioso. E por fim, nosso já aclamado Peter Parker, que faz piadas consigo mesmo e sobre sua trajetória na pele do herói, mas diferente dos demais filmes, é a primeira vez que vemos Parker como mentor, tendo soado até mesmo como uma figura paternal para a versão aranha de Miles, já que o mesmo compreende perfeitamente o peso que a máscara do teioso carrega.

Crédito da imagem: Sony Pictures Animation

Importante ressaltar também a importância da Trilha Sonora, que casa perfeitamente com o protagonista. Miles carrega a paixão pela arte, pelo grafite e pelo rap/hip-hop e isso é bem explorado no filme. A trilha sonora ficou sensacional e viajamos nas canções junto com Morales na tela. Fica aquela dica especial para “Sunflower” do Post Malone com Swae Lee e “Scared of the Dark” do Lil Wayne com Ty Dolla $ign e XXXTENTACION.

E para fechar com chave de ouro, a cena pós crédito é de dar gargalhada. A cena nos apresenta Miguel O’Hara (Homem-Aranha de 2099) recriando o meme clássico do Homem-Aranha apontando para ele mesmo.

Reprodução: Marvel

Os fãs do Homem-Aranha mereciam esse filme: OBRA DE ARTE. Sem mais. Homem-Aranha: No Aranhaverso já levou Globo de Ouro, Critic’s Choice Award e as apostas são altas para que leve todas as premiações seguintes, inclusive Oscar e será mais do que merecido.

A animação estreou no Brasil em 10 de janeiro e leva direção de Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman. Roteiro de Phil Lord e Rodney Rothman.

NOTA:

Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.

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