Pennywise, palhaço do filme It: Capítulo Dois
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IT: CAPÍTULO DOIS | CRÍTICA

Em meio ao clima lúgubre do segundo capítulo, o elenco se sobressai à narrativa e entrega mais humor do que medo. Aos calejados do gênero terror, It: Capítulo Dois não apavora e abusa de uma computação gráfica exagerada que intimida menos ainda.

Com 2h50 de longa duração, o filme de Andy Muschietti se estende em questões desnecessárias, deixa diversos pontos da trama mal esclarecidos e perde a oportunidade de se aprofundar em tópicos que poderiam ser relevantes na narrativa. It: Capítulo Dois é uma adaptação da obra de Stephen King, que não se apresenta como uma história autossuficiente e deixa algumas ‘barrigas’ para os que não leram a obra do mestre do terror moderno.

O elenco infantil é imbatível e retorna para abrilhantar o segundo capítulo, como tão bem fizeram no primeiro. Finn Wolfhard, Jack Dylan Grazer, Sophia Lillis, Jaeden Martell, Jeremy Ray Taylor, Chosen Jacobs e Wyatt Oleff demonstram que não existe idade para ostentar talento.

Não pense que o elenco adulto decepciona, não mesmo. Jessica Chastain, James McAvoy, Isaiah Mustafa, Jay Ryan e Andy Bean conseguem captar a essência dos personagens das suas versões infantis para a versão adulta, mas o destaque sem dúvida, fica para James Ransone e o brilhante Bill Hader. A aparência é respeitada na evolução dos personagens e é possível captar muitas semelhanças. A equivalência da personalidade e do comportamento é naturalmente notada.

O Clube dos Otários em It: Episódio Dois
(Divulgação - It: Capítulo Dois | Warner)

O Clube dos Otários pode não ser mais o mesmo, mas a essência da amizade é prevalecida e enlaça muito bem o vínculo que permaneceu ao longo dos 27 anos passados, mesmo com o desvanecimento das memórias pelo afastamento que optaram por deixar a cidade, com exceção de Mike.

A direção de Muschietti peca no excesso de CGI, quando sabe explorar bem o terror psicológico e engrandece quando aprofunda o lado humano dos personagens, até mesmo o do palhaço Pennywise, interpretado pelo incrível Bill Skarsgård, que merece ser enaltecido pela atuação, assim como pela capacidade de enobrecer o personagem com atributos pessoais.

It: Capítulo Dois se arrasta e parece ter a duração explorada mais pelo hype e sucesso da franquia, do que na necessidade em si de se contar uma história. A óptica de Muschietti nos revela uma ansiedade em se abordar muito em um único filme, resultando em algo que soa como uma necessidade de aprovação do público por um grande trabalho. Presumivelmente, o diretor recebeu o consentimento da Warner em percorrer este caminho de forma intrépida, que se compararmos com o primeiro capítulo, falta muito para anivelar ou superar.

A qualidade do elenco e o bom humor sustentam o filme. It: Capítulo Dois não entrega uma má experiência, tão menos se apresenta como um filme ruim. Apesar do longa ser bem-intencionado, ele mantém uma distância significativa do primeiro capítulo, demonstrando que a apreciação do filme vai exigir ainda mais o interesse do espectador, apesar de entreter.

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Nota:

Trailer:

Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.

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