QUANDO EU PERDI VOCÊ | RESENHA LITERÁRIA

O que aconteceria se pensássemos em um romance com a união do melhor existente na cultura Sul-Coreana, e um toque do universo k-pop e k-drama? Possivelmente o livro “Quando eu perdi você” de Nanda Brasil estaria em meio a essas possibilidades.

Vinda de uma família circense, Arya sofre a perda irreparável do pai, vítima de um câncer agressivo, e logo em seguida, a infelicidade da sua mãe ser raptada por figuras misteriosas, devido a um mal-entendido por um dos responsáveis do circo que sua família atuava.

Neste cenário, surge o coreano Kim Tae Hun, que em dívida com o pai de Arya, se oferece para ajudá-la a resgatar sua mãe.

Apesar da convivência inicial ser estranha e conturbada (pelos motivos que vamos guardar as informações para não estragar a sua leitura), ambos começam a se sentir atraídos um pelo outro, surgindo assim um romance um tanto quanto avassalador.

Entre perdas familiares e situações de risco que ambos vivem, Arya e Kim Tae Hun se tornam o porto seguro um do outro, o que não é o suficiente para resguardá-los do mal que os cercam.

“Quando eu perdi você” une muitos mistérios, plots e reviravoltas com muito romance e uma pegada incandescente de conteúdo HOT. E apesar do cerne da obra ser o encontro de almas do casal, a história retrata mais do que paixão, mas amizade e família.

A proposta da autora Nanda Brasil envolve na narrativa, principalmente aquele leitor que gosta do universo k-pop e k-drama. Não em vão, alguns personagens são inspirados em idols da vida real, como os sete membros da bada sul-coreana BTS (o que me divertiu à beça). Aliás, todos os capítulos do livro são iniciados com um trecho de uma música do BTS ou da carreira solo dos membros da banda.

Mas apesar disso, a obra nada impede de conquistar o público fora dessa bolha. A escrita apesar de formal, me lembrou muito as deliciosas fanfics que floodam a internet, oferecendo uma escrita fluída e cheia de acontecimentos, o que pode ser um problema para alguns leitores, já que de fato, se torna muita coisa para processar de uma vez, mas só quem não tem paciência para o seu desenvolvimento para não captar a essência da escrita de Nanda.

Se você é fã desse hype sul-coreano, provavelmente o livro vai te prender com as dezenas de referências que ele traz, como se fosse um fan service de prato cheio (eu amo, ta?).

Levando em consideração que estou no ápice dos meus 32 anos, e pela primeira vez vivendo o meu momento nesse universo roxinho (eu sei que vocês pegaram a referência, viu Army?), “Quando eu perdi você” conseguiu me prender, alimentou (e muito) o meu lado fã imaginativo, me divertiu e me fez ouvir uma playlist maravilhosa durante a leitura.