RYANE LEÃO: AS OBRAS DA AUTORA DE ‘ONDE JAZZ MEU CORAÇÃO’ | RESENHA LITERÁRIA
Um dos meus passatempos favoritos desde criança é ficar perambulando por bibliotecas e livrarias, sem pressa. Tenho a mania de me apaixonar fácil por capas de livros que roubam minha atenção e títulos que me instigam por algo que eu falaria, e claro, por autoras mulheres que são minhas grandes inspirações. Neste texto, falarei não somente sobre as obras, mas em como a autora, Ryane Leão, me impactou.
Foi assim, vagando num dia quente em meio a uma livraria (que saudades de poder fazer isso) que aquela capa vermelha captou meus olhos e o título criou uma identificação automática com o meu ser. “Tudo Nela Brilha e Queima”. Forte, verdadeiro e pesado. Não pensei duas vezes em toma-lo pelas mãos e folhear as páginas de imediato. Foi preciso ler uma página e a descrição da autora, para que eu me encaminhasse diretamente para o caixa da loja.
Eu enfrentava um período angustiante quando a primeira obra da Ryane Leão apareceu no meu caminho, e me trouxe um misto de força e sabedoria por meio das páginas, que engoli enquanto elas me submergiam por completo.
É como se a obra tivesse ido ao meu encontro propositalmente. Um encontro perfeito entre leitora e autora. Me lembro que, após a leitura do primeiro volume, indiquei o livro para várias mulheres (e vou continuar indicando), porque existe algo místico naqueles poemas que me despertaram de um sono profundo no qual eu estava imergida naquele momento, e acredito, que muitas mulheres, passam boa parte de suas vidas neste sono profundo, muitas das vezes, sem conseguir despertar. Sem nos darmos conta, às vezes, tudo o que precisamos é do apoio de outra mulher, mas desde crianças não somos ensinadas à sororidade, mas a competição feminina que se instala muito cedo em nós.
A minha vontade ao terminar de ler o primeiro livro, era abraçar carinhosamente minhas irmãs e dize-las o quanto elas são fortes e o quanto o mundo, mesmo sendo deveras cruel, não é capaz de pará-las. Quando falo que as obras de Ryane Leão me transformaram, é porque de fato, elas assim o fizeram.
Durante a quarentena, minha depressão, meu transtorno de ansiedade e humor se intensificaram e tive crises de pânico pelos primeiros meses de 2020. Desde que me entendo por gente, os livros têm sido meus melhores amigos, meu maior aconchego e meu local de refúgio dessa realidade, um tanto quanto assombrosa, e durante a pandemia, não foi diferente.
O segundo livro de Ryane, ‘Jamais Peço Desculpas Por Me Derramar’, veio mais uma vez preencher um vazio e me ajudar a fortalecer meus pilares. Mas algo profundo os difere. No primeiro sinto uma autora ferida, em processo de cura, enquanto o segundo, já consigo perceber uma mulher em reconstrução e autoconhecimento. Num momento como esse, em que tanto ódio, preconceito e falta de empatia nos cega, as palavras nos refugiam de um mal, do qual parecemos não conseguir nos esconder ou combater.
Me encontrei num emaranhado de palavras que pareciam antes soltas, mas agora se juntaram a mim em meio ao caos interno. Ryane tem razão. Tudo em mim brilha e queima, e jamais deveria me desculpar por me derramar, ser quem sou, sem medo de errar. Mais do que me empoderar, cresci em ambas as leituras, que fortaleceram um lado meu, que nem sabia que precisava.
E se me perguntarem o que as obras de Ryane Leão têm de tão especial, eu explico. É uma voz feminina que precisava ecoar pra mostrar a tantas outras facetas do que é ser mulher, ensinando como pode ser belo poder voar, ser livre, dona de si, honrando a sua própria força, respeitando o seu tempo, a sua fé e suas ancestrais, mesmo depois de tanto arder.
Aquelas palavras que rimam e juntas mais pareciam uma canção. Pra mim, Ryane Leão se tornou mais do que livros e palavras, se tornou símbolo de luta e voz. Como é inspirador encontrar tanta força em outras mulheres, num mundo onde tantas inconstâncias, é raro ser real. Estas obras me tocaram porque quando as palavras ou a vida me falha, é a arte que fala por mim.
Livros são caminhos de luz que aparecem no meio deste labirinto que a vida é, muitas das vezes, nos guiando com paladares pessoais de coisas que se assemelham com os nossos próprios passos.
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Marcella Montanari
Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.