(Divulgação: Enola Holmes | Netflix)
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ENOLA HOLMES | CRÍTICA

Enola Holmes é um sonho infantil que se tornou realidade para mim, assim como tenho certeza de que para várias meninas e hoje, mulheres. Os que estão em patamares mais altos da nossa sociedade, insistem que pautas como o feminismo, discussão de privilégios e representatividade não são coisas importantes, porque o egoísmo de se colocar no lugar do outro e equilibrar as diferenças ainda predomina. Crescer podendo se espelhar e ter referencias importantes de que mulheres podem e devem ser mais do que se esperam delas, é assim que vejo Enola Holmes, que se entrega ao público com mais do que provavelmente era esperado dele.

O longa nos envolve em discursos valiosos que carregam importantes ensinamentos. Como o diálogo entre Sherlock (Henry Cavill) e Edith (Susie Wokoma), em que ela deixa claro que mesmo ele sendo um detetive reconhecido pelos seus talentos, entender o que é ser mulher na sociedade está fora do seu alcance, porque ele não conseguiria entender o que é não ter poder ou voz. A política, por exemplo, está fora de seu alcance de interesse porque ela o representa muito bem e sabe defender com unhas e dentes os seus direitos e interesses. Quando o mundo nos favorece, de fato, nosso egoísmo nos abraça ao ponto de não querermos muda-lo.

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(Divulgação: Enola Holmes | Netflix)

O irmão mais velho da família Holmes, Mycroft, se apresenta como a típica figura machista e que infelizmente, não se restringe a época em que a história se passa. Apesar da narrativa ser mera ficção, ela se espelha numa realidade que ainda está longe de ser justa. Por isso o papel de Eudoria (Helena Bonham Carter) é tão importante no filme, que desde o início, se abraça na narrativa de que mulheres merecem espaço em todas as áreas que desejam atuar. Logo no início, a própria Enola narra que sua mãe não era vista como uma mulher comum à época, e que não aprendeu as atividades que eram comumente esperadas dela pela sociedade, como bordar, por exemplo, diferente disso, a mãe a ensinou fatores que acreditavam ser relevantes para que a filha desenvolve-se autonomia, independência e fosse mais do que a esposa de um homem, pronta para servi-lo. As aulas de etiqueta serviam pra domesticar uma mulher a um comportamento controlado e Eudoria sabia disso. Leitura, ciência, esportes, exercícios físicos e mentais, mas mais do que isso, a mãe ensinou à Enola Holmes que ela tinha o controle de escolher quem gostaria de ser.

Em um mundo que caminha a passos lentos nessa evolução de pensamento, Enola Holmes se torna uma imagem digna de respeito, demonstrando à jovens meninas que ou aceitamos as coisas como elas são e nos conformamos com a falta de respeito e valorização da nossa existência, ou escolhemos o destino que queremos traçar e lutamos pela mudança do que nos indigna.

(Divulgação: Enola Holmes | Netflix)
(Divulgação: Enola Holmes | Netflix)

Numa pegada leve, bem humorada, um elenco de peso e esteticamente bonito, Enola Holmes, quebra a quarta parede no longa, assim como em outros filmes anteriores envolvendo membros da família Holmes. Com apenas 16 anos, Millie Bobby Brown, continua a surpreender o público com seu talento, mesmo após exercer um papel complexo na sua estreia em Stranger Things, que envolvia mais atuação e fortalecimento de expressões do que diálogos em si. Apesar dos livros de Nancy Springer não serem fortemente populares como os de sir Arthur Conan Doyle, em momento algum assistimos Sherlock tomar grandes proporções na tela, muito pelo contrário, Enola Holmes assume o protagonismo integral e deixa o irmão famoso como mero coadjuvante.

No mais, a Netflix, acerta ao contar uma história relevante, com temas significativos e o faz com a maestria pela qual já é reconhecida.

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NOTA:

TRAILER:

FICHA TÉCNICA:

(Divulgação: Enola Holmes | Netflix)

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Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.

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