(Reprodução/Divulgação: Game of Thrones| HBO)
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GOT | 8ª Temporada: 5º Episódio – The Bells entrega Fogo e Sangue

O quinto e penúltimo episódio de Game Of Thrones, The Bells, fez jus ao lema da casa Targaryen e entregou Fogo e Sangue à Porto Real. Após tantas perdas e acontecimentos desconcertantes que afetaram diretamente o estado mental e emocional de Daenerys (Emilia Clarke), era de se esperar que seu comportamento não fosse algo tão absurdamente diferente do que foi entregue, o que frustra muitos fãs, que esperavam que a personagem se portasse diferente de seus antepassados. Nos episódios anteriores, era temido que a personagem estivesse encaminhando para um estado de “loucura” como aconteceu com o pai, mas pareceu que na realidade, a Mãe dos Dragões foi tomada por vários sentimentos ao mesmo tempo que a consumiram e foram incapazes de freá-la no ápice de sua conquista.

“Muito bem então… que seja MEDO”

A diplomacia morreu, mas não se pode dizer que Daenerys não tentou negar o Fogo e Sangue dos Targaryens algumas vezes. Seus conselheiros e amigos que estiveram ao seu lado desde o início da série foram tomando rumos diferentes ou morrendo ao longo do caminho pela conquista ao Trono de Ferro.Os acontecimentos do quarto episódio, como a morte de Missandei (Nathalie Emmanuel) e Viserion, somados ao do quinto episódio, como a traição de Varys (Conleth Hill) devido à quebra de sigilo da identidade de Jon Snow (Kit Harington) por parte de Sansa (Sophie Turner) e Tyrion (Peter Dinklage) e o amor não correspondido de Jon, parecem ter sido fatores decisivos. Mesmo tendo contribuído de maneira efetiva na Guerra de Winterfell, ficou claro para Daenerys que ela não conseguiria conquistar o afeto dos cidadãos de Westeros, como Jon havia feito ao longo dos anos. É possível perceber isso ao presenciar os nortenhos glorificando apenas Snow pelos mesmos feitos que ela.

(Reprodução/Divulgação: Game of Thrones| HBO)

“Você é muito mais amado em Westeros, do que eu. Eu não possuo amor aqui. Eu apenas possuo o medo”.

A maior ironia do discurso de Dany, que para ela serve como justificativa para optar pela violência (fogo e sangue) em resolver seus conflitos e reconquistar seu direito de governar os Sete Reinos, lutando contra tiranos, quando na realidade, a tirania cabe também a ela mesma. Tiranos utilizam atuação cruel e opressora na tentativa de manter ou conquistar poder. A personagem não percebe que se transformou naquilo que inicialmente propôs combater. É preciso se colocar no papel da personagem que presenciou perseguição desde que nasceu, tentativa de homicídio, tentativa de sequestro, ameaças, severos abusos físicos e psicológicos, diversas traições, múltiplas perdas de pessoas próximas a ela, fora todo o seu histórico familiar e sua genética. É claro que isso não justifica matar inocentes, mas é necessário avaliar, até que ponto uma pessoa consegue se manter diplomática quando tudo ou todos que ama é devastado? O comportamento de uma Targaryen diante do poder, algo à parte de sentimentos que anteriormente, não a guiaram para a vitória.

O combate direto com Cersei (Lena Headey) era definitivo em seu trajeto. Seria incoerente da parte do público não levar em consideração que uma vida toda de perdas e desgraças não a afetariam em algum ponto de sua jornada.

“Piedade é a nossa força. Nossa piedade será com as gerações futuras que jamais voltarão a serem reféns de um tirano”

(Reprodução/Divulgação: Game of Thrones| HBO)

Tyrion acreditou veemente que o badalar dos Sinos de Porto Real, que significavam rendição, pudessem provar a Daenerys que não era preciso destruir a cidade inteira e matar inocentes para assumir o Trono. No momento em que Dany e Drogon pousam no telhado, a personagem consegue ouvir soldados e cidadãos gritando desesperadamente para que toquem os sinos da cidade, na tentativa de cessar o ataque. Neste momento a personagem parece se lembrar das palavras de Tyrion e chora, como se doesse executar o que sentia ser necessário para recuperar a Fortaleza Vermelha e tudo o que foi roubado de sua família ao longo dos anos.

A tomada de Porto Real foi um dos poucos planos bem executáveis de Dany que deram certo, mas pra isso, explorou o lado que mais temia de si mesma. A cena incomoda e é incômoda propositalmente. Ninguém em sã consciência executa pessoas indefesas, cidadãos desarmados, crianças ou homens em pedido de redenção. Os inocentes pagaram com sangue e atormenta assistir porque é uma atitude que seria esperada de Cersei, vista como uma vilã durante toda a série, não de Daenerys (apesar de algumas atitudes anteriormente. O maior problema é que por vezes, concordávamos com as execuções da Mãe dos Dragões, por questões ideológicas ou culturais, mas que nem sempre eram “corretas“). Abraçar Fogo e Sangue foi o preço a ser pago pelo Trono após tornar o embate algo pessoal.

Direção primorosa e fotografia linda, porém, roteiro frágil e fraco, assim como os demais episódios já apresentados da 8ª temporada. A história e os desfechos estão apresentando sufoco para resolver muitas questões em apenas 6 episódios. Faltou tempo para que a história fosse melhor desenvolvida, o que é uma lástima, levando em consideração a grandiosidade do universo de Gelo e Fogo, tanto na literatura, quanto na TV.

Game of Thrones | 8ª Temporada - Prévia do 5º Episódio

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Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.

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