2ª TEMPORADA DE SEX EDUCATION | CRÍTICA
De forma descontraída e natural, a Netflix continua acertando ao falar de sexo na 2ª temporada de Sex Education, envolvendo o bom humor com um elenco carismático e que funciona em perfeita sincronia.
A série de Laurie Nunn transita entre temas diferentes, dando uma abertura para falar sobre tabus que muitos criadores ainda não se sentem à vontade para abordar ou não souberam fazer com maestria.
Naturalidade é a palavra-chave da série, que trata de assuntos diversos que ainda parecem ser absurdos para a sociedade, quando na realidade, são apenas reflexos da realidade que nos cerca. Sexualidade, orientação sexual, identidade de gênero, feminismo, machismo, e assim segue mais uma temporada de Sex Education, que tinha tudo pra cair no mainstream, mas continuou a marcar boas pontuações pra Netflix, mantendo o bom humor em alta e o propósito informativo da série.
Numa onda de cancelamentos ou perda de direção na narrativa que a Netflix vem enfrentando nos últimos tempos, é importante assistir histórias leves voltadas para o público infanto-juvenil que conseguem se estabelecer com personagens relevantes. A 2ª temporada de Sex Education pode não parecer nada demais para uma parcela de assinantes da streaming, principalmente se você estiver dentro da porcentagem privilegiada da população que tem acesso à educação de qualidade e uma família aberta ao diálogo sobre assuntos diversos que parecem desconfortáveis e são evitadas por muitas delas.
Num país que sequer entende o significado e a importância da educação sexual, conteúdos como os da série obviamente não assumem o papel da família e do estado de instruir e educar jovens sobre sexualidade, mas contribuem positivamente para fomentar discussões, além de esclarecer algumas curiosidades e dúvidas normais e naturais que surgem na adolescência.
O protagonismo feminino cresce e o feminismo ganha espaço na narrativa da 2ª temporada de Sex Education. Em uma cena significativa, Nunn consegue ilustrar a importância da sororidade e como a aliança entre mulheres é importante para evitar fatores que não apenas as desqualificam, como as colocam em situações de risco. Numa sociedade em que a todo o momento tentam impulsionar a competitividade feminina, qualquer material que se apresente a fim de combater este posicionamento é válido e necessário.
Apesar do desconhecido se tornar uma pauta divertida de assistir, ao passo que Otis (Asa Butterfield
Ncuti Gatwa é um show à parte que precisa ser exaltado desde a 1ª temporada e que traz um ar de leveza com seu personagem. Eric demonstra consciência da realidade que o racismo, a homofobia e o pré-julgamento das pessoas é capaz de fazer, apresentando força e a importância de defender o que realmente é. Recuar e se esconder não são medidas que alcançam mudanças.
NOTA:
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Marcella Montanari
Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.