ADORÁVEIS MULHERES | MARATONA OSCAR
As irmãs March ganham uma nova adaptação pelas mãos de Greta Gerwig. O clássico da literatura de Louisa May Alcott ganha uma versão que foca não apenas na irmandade da família, mas assim como no crescimento pessoal de cada uma.
Com uma sutileza ao narrar a história, o filme transmite uma doçura cautelosa ao relatar cada uma das personagens com um zelo admirável. O elenco principal composto por Saoirse Ronan (Jo March), Emma Watson (Meg March), Florence Pugh (Amy March) e Eliza Scanlen (Beth March) se completam em cena, ao passo que respeitam a individualidade de cada uma.
Narrar um livro em tela com maestria, sem torna-lo monótono é um dom para poucos, já que o tipo de linguagem utilizado para as ferramentas são distintas e Gerwig acerta ao nos envolver na história que navega pelo passado e futuro, por diferentes personas, sem vagar ou cair num buraco que se perca no meio do roteiro.
O brilho da família March deixa de ser unicamente de Jo, nesta adaptação, e passa a ser de um conjunto de identidades que se complementam em meio as suas diferenças de pensar e sonhar. Saoirse lidera o protagonismo, mas não rouba a cena. Cada uma das irmãs March apresenta seu momento especial para se destacar na hora certa.
O elenco complementar constituído por figuras honrosas como Laura Dern (Mamãe March), Meryl Streep (Tia March), Bob Odenkirk (Pai March) e Chris Cooper (Senhor Laurence), tem suas participações pontuais e certeiras, agregando valor para a história, mas permitindo que as jovens se sobressaiam em um período que as vozes das mulheres era ainda menos ouvidas.
Vivemos em uma era em que o número de mulheres que passam a entender melhor a importância de se posicionar e se fazer ser ouvida, se torna maior. Histórias clássicas e revolucionárias para as épocas em que foram escritas, passam a renascer e a ganhar espaço novamente, agregando valores para este despertar. Louisa May Alcott, Margaret Atwood e Lucy Maud Montgomery são alguns dos nomes que passam a ser descobertos pela nova geração, ainda bem.
Uma lástima que a premiação mais importante de cinema do mundo, ainda se feche e compactue completamente para o sistema patriarcal em que vivemos. E não é preciso dizer muito a respeito disso, basta avaliarmos que em 92 anos de história da Academia, apenas 5 mulheres foram indicadas a categoria de Melhor Diretor e apenas uma retém a estatueta.
Por isso obras como Adoráveis Mulheres e trabalhos desempenhados por mulheres como Greta Gerwig e tantas outras são essenciais, porque representatividade importa.
NOTA:
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Marcella Montanari
Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.