Filme Parasita de Bong Joon-ho
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PARASITA | MARATONA OSCAR

Parasita se apresenta como uma grata surpresa, que de forma admirável, mostra ao mundo o óbvio: não existe uma fórmula única de se fazer cinema e que é possível obter reconhecimento mesmo estando fora do cenário hollywoodiano.

Somos envolvidos na história de uma família sul-coreana quebrada, onde o pai, a mãe, o filho e a filha se encontram desempregados, mas cobiçosos pela primeira oportunidade de ascensão que lhes for dada. Em um jogo perigoso, inicialmente engraçado, porém fraudulento de caráter, Kim Ki-woo (Choi Woo-shik) é indicado para trabalhar como o tutor de inglês para uma adolescente de família rica. De forma estratégica, Kim e sua família arquitetam um plano bizarro de se instaurarem como funcionários da casa igualmente, por meio de mentiras que compram a inocência da família rica.

Bong Joon-ho foge da curvatura dramática clássica do roteiro e nos envolve numa narrativa que se esquiva de olhos previsíveis entre os três atos nos quais estamos acostumados a tentar decifrar do início ao fim. O engenhoso roteiro de Parasita, flui entre diferentes gêneros que de risos passa a nos despertar o espanto, tudo de forma coerente e singular; por isso a abruptalidade nas viradas da trama fascinam, e pescam o público para dentro do enredo.

Filme Parasita de Bong Joon-ho
(Divulgação: Parasita | Pandora Filmes)

A crítica social condizente no filme é uma sacada que se apresenta nitidamente por meio não apenas de metáforas, mas num discurso claro entre classes que embrulha o estômago. As divergências entre as realidades conversam por representações e parecem simbólicas, mas não foram retratadas vãmente. A casa da família rica que se encontra na parte superior de um bairro de classe alta e o apartamento semissubterrâneo da família pobre se contrastam, nos lembrando que a ascensão pertence a poucos, e é preciso cheirar bem pra isso.

O ‘hóspede’ Parasita que se encontra no subsolo da casa da família rica parece surreal, mas ilustra muitos casos verídicos de pessoas que foram vítimas de hospedeiros não convidados em suas casas. Existem muitos relatos de diferentes países, nos quais as vítimas reportam terem morado por muito tempo com uma pessoa desconhecida sem que soubessem disso.

É preciso quebrarmos a parede de pré-conceito que nos separa socialmente, onde a linguagem e a cultura são fatores que não deveriam contar como distinção separatista, mas como questões que nos aproximassem, a fim de melhor conhecer o outro.

NOTA:

TRAILER:

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Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.

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