WALLS | LOUIS TOMLINSON LANÇA SEU ÁLBUM DE ESTREIA
Depois que a One Direction entrou em hiato em 2015, os membros da banda começaram a focar suas vidas profissionais como artistas solos e agora chegou a vez de Louis Tomlinson brilhar. O músico divulgou nesta madrugada, 31 de janeiro, seu álbum de estreia Walls. Mesmo tendo divulgado alguns singles nos últimos quatro anos, o álbum reflete uma nova faceta da vida do cantor, que após uma trajetória sombria e de perdas importantes em sua vida pessoal, chega agora dando a volta por cima e revelando um trabalho muito pessoal e sentimental.
Louis sempre apresentou facilidade para compor e assim faz com maestria, desde os tempos da One Direction, mas agora ganha espaço para aprimorar o seu talento e ser merecidamente reconhecido como a voz protagonista e criador da própria história. Influências como Oasis e Arctic Monkey já declaradas por Louis também podem ser sentidas e ouvidas em Walls, que oscila entre bad e good vibes.
OUÇA O ÁLBUM COMPLETO AGORA:
ANÁLISE DE WALLS - FAIXA POR FAIXA:
KILL MY MIND
Uma das partes mais difíceis no fechamento de um álbum é escolher a música de abertura e de encerramento. Louis escolheu Kill My Mind e sua pegada animada e contagiante para abrir as portas de seu novo mundo aos fãs.
“É apenas sobre ser jovem e tentar capturar esse elemento nostálgico de ser jovem, ser imprudente e ser estúpido.” – Louis
DON’T LET IT BREAK YOUR HEART
Louis já havia dito que essa é uma das músicas que ele acredita ter sido feita para os fãs, buscando a reação deles pela letra. Don’t Let It Break Your Heart é uma das canções com uma das mensagens mais importantes do CD. “Quando a vida se torna difícil e bagunçada, quando você se doa muito, mas não é o suficiente, quando estar no alto é alto demais e o baixo é inferior demais, quando você ama alguém e eles o deixam ir” – “Não deixe que isso te mate, mesmo quando estiver doendo demais. Oh, o que quer que seja que esteja te despedaçando, não deixe que isso quebre o seu coração. Leva tempo para curá-lo e você não pode fazer isso sozinho”. Sem dúvida é uma das músicas mais pessoais de Walls.
“É uma daquelas músicas que falam sobre esperança e copos que estão na metade”. “É uma daquelas músicas que você precisa deixar que a melodia e a letra conversem”. – Louis
TWO OF US
É difícil ouvir Two Of Us e não se emocionar, especialmente se você já teve grande conectividade com alguma pessoa que não está mais aqui, uma pessoa que foi importante ou essencial em sua vida. Louis escreveu a canção em dedicatória a mãe, Johannah Deakin, que faleceu em 7 de dezembro de 2016, devido a uma leucemia agressiva.
Apesar de ter dito que o processo criativo dela foi levado a sério e não tão sombrio quanto a música pareça, o grau de importância e o sentimentalismo que ela carrega pela importância do que é dito, é imensamente profundo. Two Of Us parece uma carta de despedida escrita de coração aberto, ao passo que a conversa e as promessas soam quase como uma oração. Um adeus com a ressalva de que sempre será guiado pela presença da mãe.
“Essa é uma música que definitivamente eu precisava arrancar do peito. Ela fala sobre perder alguém, mas ainda permanecer esperançoso e viver sua vida de forma esperançosa. Tem sido uma música especial pra mim”. – Louis
WE MADE IT
We Made It leva uma pegada que nos lembra os tempos de Oasis, ao passo que transcende para o POP, principalmente com o sotaque carregado de Louis, originado de Doncaster. A canção é o claro canto de vitória do cantor, uma forma de agradecer o apoio dos fãs pela trajetória e deixando trechos abertos à interpretação que nos ligam também, a transição entre banda e carreira solo. “Nós éramos apenas crianças tentando fazer dar certo, imagino o que eles pensariam se pudessem nos ver agora” ; “Não sei porque eles colocam tudo isso em cima de nós quando somos tão jovens. Fizemos um bom trabalho lidando com tudo. Quando você está aqui, não preciso dizer mais nada. Não há nada no mundo pelo qual eu mudaria isso. Cantando algo pop nos mesmos quatro acordes. Eu costumava me preocupar com isso, mas não me preocupo mais” ; ”Porque nós conseguimos, sendo subestimados e sempre menosprezados e agora estamos dizendo adeus, acenando para os tempos difíceis”.
“Essa música se originou como uma mensagem entre mim e os fãs. Quando descobrimos o título, foi assim que começamos com o processo de composição e tínhamos o título e era aquilo que significava pra mim, e pra mim nós conseguimos (we made it)”. – Louis
TOO YOUNG
Too Young é uma melodia acústica que fala sobre um amor descoberto muito jovem e em meio a grandes responsabilidades que o próprio sentimento traz, mas poucos estão prontos para lidar com todas as demandas de um relacionamento. Uma letra simples, mas que aborda um período de amadurecimento com seriedade e fragilidade.
“Eu escrevi sobre o ponto de vista de … quanta responsabilidade se pode ter quando se é muito jovem, potencialmente conhecendo a garota com a qual você vai passar o resto de sua vida e vamos dizer… grandes responsabilidades, sabe? Para qualquer idade e especialmente tentando lidar com tudo isso aos 18 anos e entendendo isso e sendo maduro o suficiente pra isso. Então sim, meio que conceitualizando tudo e colocando na música”- Louis
WALLS
Walls é de longe uma das músicas mais pessoais do álbum, não em vão que seja a faixa favorita de Louis. A letra aborda aquele dilaceramento de si que é necessário quando somos postos na parede, ansiando sermos sinceros com nós mesmos, e partir dessa vulnerabilidade para o triunfo de uma dura jornada. Walls traz fortes referências às inspirações musicais de Tomlinson.
“Essa é provavelmente a minha música favorita do álbum, definitivamente a música pela qual eu tenho mais orgulho.” – Louis
HABIT
Com os ups and downs de uma vida e uma devoção não falha a alguém, que mesmo com todos os sinais se fazendo claros de que talvez não seja o melhor relacionamento ou o mais saudável pra se manter, o mesmo se apresenta como um “hábito” difícil de se quebrar.
“O conceito começou como se fosse o meu relacionamento com o meu trabalho naquela época, eu meio que estava tendo um relacionamento ruim com ele e eu acho que era quando eu estava lançando músicas que eu acho que não me representavam muito bem, então foi disso que “Habit” veio e do sentimento de, você sabe, de você querer algo e não ser capaz de fazer. E também é escrita como uma música de amor também, obviamente”. – Louis
ALWAYS YOU
Algumas pessoas marcam nossas vidas de forma que não há lugar no mundo que sirva de fuga ou refúgio para esquece-las. A música nos fala daquele sentimento quando tentamos esquecer algo ou alguém que insiste em permanecer em nossas vidas, em tudo que nos cerca, seja em outras pessoas, lugares ou objetos, tudo é motivo para recordações. Always You também nos lembra um pouco o estilo musical da One Direction, principalmente nos estágios iniciais da banda.
“Essa é uma antiga, eu escrevi ela há pelo menos uns dois anos atrás e na verdade e eu soltei um teaser dela no meu Instagram há um tempo atrás, acho que foi no meu instagram e desde então os fãs estão empolgados para ouvi-la” ; “Em relação a letra, ela é na realidade uma música sobre término, quando você acaba de terminar o relacionamento com alguém e vê todas aquelas coisas, e lugares, objetos e qualquer coisa que te lembre da pessoa. É uma daquelas letras autobiográficas, meio que falando sobre estar na estrada com o One Direction e estar visitando todos aqueles lugares incríveis, mas não é o mesmo sem aquela pessoa”. – Louis
FEARLESS
A vida não é uma felicidade constante e apesar de ser dura e nos cobrar uma seriedade maior com o tempo, com os problemas e o envelhecimento natural, por vezes, aceitamos sobreviver, nos perdendo. Fearless nos recorda sobre o brilho natural existente em todos nós quando jovens e que ele não se perde com o tempo, nós que nos esquecemos que este brilho sempre esteve ali, mas às vezes só precisamos ser corajosos o suficiente para reacende-lo.
“Naturalmente a vida fica mais séria e eu penso que às vezes, algumas pessoas precisam se lembrar de como é se sentirem jovens novamente. Foi esse o conceito desta música, e você sabe, é a ideia de ver aquele brilho nos olhos de alguém quando eles são jovens e de acordo com que ficam mais velhos e a vida fica um pouco mais séria, esse brilho começa a desaparecer. Então ela é meio que utilizada para encorajar a juventude e um pouco de imprudência”. – Louis
PERFECT NOW
Perfect Now aborda a insegurança da mulher em relação à própria imagem, nos conectando lá atrás com Little Things da One Direction, principalmente, após Tomlinson confirmar que ele mesmo acredita que as músicas de Walls também servem como extensão do seu antigo trabalho. A melodia acompanha uma letra melódica que casa muito bem com a orquestra ao fundo.
“Eu acho que cada música no álbum provavelmente representa como se fosse um verdadeiro estilo musical de composição do One Direction, definitivamente. E de acordo com que eu ouço as músicas, você sabe, é como se fosse uma extensão de algumas coisas iniciais do One Direction, o que é meio que vulnerável, mas com letras doces” – Louis
DEFENCELESS
Até este ponto, já percebemos que Walls se trata sobre ser verdadeiro em relação aos seus sentimentos, sejam eles bons ou ruins. Defenceless nos fala sobre ser honesto sobre o enfrentamento dos próprios demônios e não ter medo de se abrir sobre eles, num pedido de ajuda.
“O conceito dessa música é meio que… quando você está naquele momento onde, você sabe, você pode estar em uma discussão ou se sentindo particularmente vulnerável… e é meio um pedido de socorro também, pra falar a verdade”. – Louis
ONLY THE BRAVE
A música de fechamento do álbum fala por si só. É uma canção com apenas 1:46 e com um claro recado: Amar é apenas para os corajosos, apenas para aqueles dispostos a correrem riscos. O violão acústico casa com o som áspero de fundo e os riffs do violão, nos fazendo lembrar mais uma vez de bandas clássicas.
“Essa é na minha opinião, a forma perfeita de encerrar o álbum e… novamente, é uma música que tenho muito orgulho. E com a sonoridade e a composição, levemente diferente, então acho que isso é tão importante quanto, ter essa variação no CD. E a música por si só fala sobre ser corajoso, obviamente, e fala sobre amor, basicamente, e que o amor é apenas para os corajosos”. – Louis
Não apenas nas letras, nas melodias e o trâmite entre o presente e o passado, os traumas e as conquistas, Louis entrega um álbum de estreia em que não demonstra medo de ser vulnerável, o que o tornou bastante maduro com o tempo. O músico já havia declarado que não deseja que as pessoas sintam pena dele pelos fatos trágicos ocorridos em sua vida (como a perda da mãe e da irmã), já que os mesmos o fortaleceram durante a jornada; Walls declara isso abertamente, a coragem de recomeçar e vencer por meio da música é possível. É nítido a gratidão pelos anos que o mesmo teve com a banda, e apesar de Louis mencionar isso na análise Track by Track, o brilho é todo dele, do momento que foi aguardado por quatro anos e se revela como uma difícil escalada, mas necessária para ter chegado até aqui. Tomlinson tinha razão, de onde quer que seja que tenha tirado forças para continuar, ele de fato conseguiu. He made it.
NOTA:
Continue navegando em nosso blog. Para acessar o último post publicado, clique aqui.
Marcella Montanari
Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.