3ª TEMPORADA DE ELITE | CRÍTICA
No fruto do caos surge o amadurecimento dos personagens que pela primeira vez deixam de vivenciar o supérfluo para enfrentar algumas duras realidades que os cercam na 3ª temporada de Elite.
Numa construção coerente da narrativa, os personagens mantem suas personalidades dualísticas e intensas em meio a problemas que nenhum adolescente gostaria de estar enfrentando no último ano escolar. Apesar da vida agitada e pouco condizente com a realidade brasileira da mesma faixa-etária, Elite sustenta um público infanto-juvenil que se identifica com a diversidade dos personagens.
A Netflix tem acertado em investir nas produções espanholas, e apesar de ter importado inicialmente alguns nomes de La Casa de Papel, como María Pedraza, Jaime Lorente e Miguel Herrán, agora encaminha bem sem a presença dos mesmos, apesar de não ter dado um encaminhamento final digno de suas ausências no seriado, com exceção da personagem Marina, interpretada por María. Christian e Fernando apesar de serem mencionados, simplesmente foram colocados de escanteio numa linha que não demonstra interesse em inseri-los novamente na narrativa mais tarde, mas ainda é cedo para definir que este possa ser o futuro da próxima temporada.
Sem se constranger ou fazer dos temas tabus um circo, a 3ª temporada de Elite trata com naturalidade questões que envolvem as descobertas da adolescência, apesar da normalização de uma realidade surreal e distante da nossa cultura. Na vida conturbada dos adolescentes que vivem entre o luxo e crimes, fica fácil enxergar a escalada do sucesso e a queda do ego que os leva à lama facilmente.
Muitas festas, drogas, bebidas, sexo, desavenças familiares e segredos compõem o ensaio de um futuro que começa a se desenhar para os alunos do Las Encinas. O contraste de realidades se apresenta como um arranque de véu entre um universo de privilégios que o dinheiro compra, e a moralidade que não leva preço.
O maior ponto positivo de Elite é certamente seu elenco. Apesar da série ter começado seu protagonismo rondando alguns rostos, ao fim da 3ª temporada, se torna claro a percepção de que Samuel (Itzan Escamilla), por exemplo, não consegue sustentar a tentativa de protagonismo trazido no início; sendo apagado por outras figuras, como Carla (Ester Expósito), Lucrecia (Danna Paola) e Valério (Jorge López), entre outros, que se sobressaem por talento e espaço na narrativa.
Com o caminhar de algumas despedidas, ainda não conseguimos pautar quem fica ou quem encerra um ciclo permanente na série, mas o trabalho de quem resiste, precisará ser dobrado pra que Elite continue conquistando o público de antes. É preciso aguardarmos para vermos se os criadores, Darío Madrona e Carlos Montero conseguiram amarrar as pontas que ficaram soltas, manter o carisma do elenco e não prolongar um ciclo repetitivo de morte e sangue para manter a trama.
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NOTA:
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Marcella Montanari
Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.