3 anos sem Chester Bennington
Comportamento,  Entretenimento,  Música,  Stay Strong

3 anos sem Chester Bennington | Lendas nunca nos deixam

Falar neste assunto me machuca, como sei que machuca a muitas outras pessoas que tiveram as vidas marcadas por este cara. Hoje, 20/07/2020 fazem 3 anos sem Chester Bennington. Em 20 de julho de 2017, Ches não desistiu da vida ou foi fraco como muitos alegaram e julgaram. Há 3 anos, o castelo se desmoronou por razões que nunca saberemos e jamais estaremos no papel de cobrar, mas uma pessoa que chega neste ápice de desespero é tudo, menos covarde. Veja bem, vocês nunca vão me presenciar romantizando o suicídio ou destruindo a imagem de uma pessoa que infelizmente chegou a este ponto.

Falar sobre suicídio é um tópico difícil, complexo e que exige mais do que tato, mas humanidade, que bizarramente, está em falta no mundo. Estou frequentemente debatendo o tema saúde mental no blog, atoa não é. Hoje, com 27 anos, me vejo mais forte do que quando comecei a enfrentar uma obscuridade aos 9 anos e que ainda me persegue. Mesmo rastejantes, meus demônios às vezes me alcançam, derrubam e conseguem me convencer de que não possuo valor ou que eu nunca devesse ter aberto os olhos. Pesado né? E nem todo mundo quer ler ou falar sobre isso.

Assisti pessoas indo e vindo da minha vida como se eu de fato, fosse algo e não alguém, simplesmente descartável. É fácil apontarmos o dedo para os defeitos dos outros sem reconhecer os traumas e as dores que cada um carrega. Sou prova viva de que um sorriso não significa nada, de que minha risada altamente escandalosa e bizarra, “gostosa de ouvir”, estava infestada de dor e um desespero imenso de: ‘não notem meus ferimentos’.

3 anos sem Chester Bennington
3 anos sem Chester Bennington | CRÉDITOS DA IMAGEM: (chesterbe | Instagram)

O ser humano não faz ideia do quanto consegue ser cruel falando poucas palavras, às vezes nem falando. Poucas pessoas se dão conta de que somos diferentes uns dos outros e está tudo bem ser assim. A complexidade da nossa existência é realmente assustadora, mas fracos, são apenas aqueles que não conseguem lidar com problemas dos quais o outro não possui controle sobre.

Perdi meu melhor amigo aos 9 anos e foi aí que tudo começou. Eu senti uma escuridão imensa me assolar, me roubando sonhos e a vontade de viver. Perdi as contas de quantas vezes me machuquei na intenção de desafogar ou ao menos aliviar a dor que me consumia por dentro. Perdi as contas de quantas vezes busquei recursos para deixar de estar aqui. Apenas aos 20 anos minha família soube da gravidade que minhas ‘crises existenciais de adolescente’ tinham.

Se é possível se curar dos males da vida, não sei, mas sei que existem pessoas que podem nos ajudar no processo de cicatrização, e Chester Bennington foi uma dessas pessoas na minha vida. Quando me contaram sobre a perda do Ches, entrei num processo de choque enorme, como se houvesse perdido alguém muito próximo. Pra mim era difícil assimilar a perda de alguém que tantas vezes tinha ajudado a salvar a minha vida. Naquele dia, era como se eu tivesse perdido mais do que um ídolo, mas um membro da minha família.

Amor de fã é algo bizarro né? Mas muito real. Claro que existe gente maluca por aí, mas o sentimento que ali existia era de pura gratidão. Vou morrer me lamentando por nunca ter tido a oportunidade de vê-lo nos palcos. Claro que não só o Ches, mas toda a banda. A Linkin Park é parte importante da minha trajetória, mas a identificação com o Chester e como ele sabia externar toda a intensidade do que sentia, era demais. Foda! Se me permitem dizer.

3 anos sem Chester Bennington
3 anos sem Chester Bennington | CRÉDITOS DA IMAGEM: (chesterbe | Instagram)

3 anos sem Chester Bennington. 3 anos de muita, mas muita saudade mesmo. Só espero que você tenha feito as pazes consigo mesmo, esteja onde estiver. Espero que tenha encontrado paz para os demônios que o perseguiam. Gosto de imaginar que hoje, você já não sofre mais e descansa profundamente, tendo deixado muito amor e admiração pelo caminho que trilhou. Cresci cantando Linkin Park, e Numb, foi uma das primeiras canções que aprendi em inglês. As letras poderiam parecer apenas um grito de gente rebelde sem causa para quem via de fora, mas só eu sabia a veracidade do que algumas daquelas realidades cantavam.

Não romantize o suicídio e não ignore o sofrimento alheio. Não julgue o que não consegue entender. Não acredite que o desespero seja baseado em chamar a atenção. Ninguém quer realmente partir daqui, as pessoas só querem viver em paz e serem felizes. Não deposite a sua felicidade no outro. Não faça do outro o seu depósito sentimental. Se você não estiver se sentindo bem, mesmo que não consiga entender os motivos pelos quais está se sentindo assim, procure ajuda profissional. Seus amigos e sua família podem e devem oferecer suporte, mas não são especialistas para te darem o auxílio necessário. Não tenha medo ou vergonha de buscar ajuda. Acredite em mim, há dias que tudo parece sem saída, mas há solução. É possível viver bem e ser feliz novamente. Você vai sair dessa. Se você conhecer alguém que esteja passando por momentos difíceis, ofereça suporte. Se você estiver passando por um momento difícil, saiba que você não está sozinho(a) e que vai ficar tudo bem.

Já são 3 anos sem Chester Bennington, mas lendas nunca nos deixam de verdade. Ches sempre será eterno em nossa memória e na trajetória linda que desenhou.

CRÉDITOS DA IMAGEM: Marcella Montanari
CRÉDITOS DA IMAGEM: Marcella Montanari

Em 2017, decidi tatuar um trecho da música ‘Battle Symphony’ do Linkin Park, em homenagem ao Ches. “If my armor breaks I’ll fuse it back together” (Se minha armadura se quebrar, eu a fundirei novamente) – porque o Ches pra mim era isso, força pra continuar. Obrigada por tudo ❤️

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Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.

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