Edição feita por Tatiane Aielo para o post sobre saúde mental e setembro amarelo.
Comportamento,  Desabafo,  Stay Strong

UMA CARTA ABERTA SOBRE SAÚDE MENTAL

Precisamos falar sobre saúde mental. Como toda criança, eu tinha sérias convicções de que felicidade era algo tangível e duradouro. Eu imaginava que meus pais e avós seriam eternos e que as tragédias do mundo estavam longe demais da minha realidade. Na minha cabeça, os monstros do armário jamais alcançariam os pés da minha cama, mal sabia eu, que os monstros vivem em cada um de nós.

Uma enorme cobrança entre perfeição, exemplo e satisfazer a vontade das pessoas foi uma das minhas grandes ruínas. As pessoas estão acostumadas a satisfazer a vontade dos que já se foram, enquanto somos seres individuais, com vontades e sonhos próprios.

Fui instigada a sonhar, mas dentro do esperado, a voar, mas nunca tão alto, a não ser boa, mas a melhor, a seguir na linha e ter medo de cometer salvos enganos. Cresci rodeada de muito amor, mas numa preocupação exaltada de cumprir “dívidas emocionais”, neste meio termo se esqueceram de me ensinar que eu também era humana.

Ao passo que eu envelhecia, minha inocência naturalmente foi ficando para trás, minha saúde mental começou a ser atingida, da mesma forma que o céu foi se tornando cinza, os pássaros pararam de cantar, as pessoas se tornaram insensíveis e eu esquecia que dentro de mim tinha uma voz.

Levei anos para perceber que a minha voz era importante e que eu tinha vontade própria. Levei anos para aprender a distinguir dor de amor. Levei anos para entender que me colocar de lado por outra pessoa não é demonstração de afeto. Levei anos para entender que focar a felicidade do outro achando que me tornaria feliz, não traz felicidade.

SAÚDE MENTAL: MEU CORPO ESTÁ EXAUSTO. EXAUSTO DE SE SENTIR EXAUSTO.

Edição feita por Tatiane Aielo para o post sobre saúde mental e setembro amarelo.
Edição por Tatiane Aielo

Em 28 anos, eu soube o que é alcançar uma felicidade absurda e o fundo do poço numa tristeza que parecia poder me consumir da noite para o dia. Todo este processo foi duro, ainda é e tenho consciência que continuará sendo durante toda a minha existência.

Falar sobre o que a gente sente, sendo algo bom ou ruim, não é fácil. Eu vivo buscando fugas da realidade, quando ela me parece dura demais … por isso eu amo a arte, de forma geral. Já pararam para imaginar o que teria sido de todos nós durante esta pandemia sem a arte?

Fiquei imaginando todas as maneiras de escrever belas palavras para vocês para fecharmos o Setembro Amarelo, mas estaria mentindo vindo aqui falar que estou bem. Não estou. O que ao mesmo tempo me pareceu ser uma dificuldade a ser vencida, me impulsionou a vir falar para vocês que: está tudo bem não estar sempre bem.

O mundo pode parecer obscuro demais por vezes, mas acreditem … existem mais pessoas do bem do que do mal. Existe mais luz do que escuridão. Está tudo bem não se encaixar sempre ou não ser o que as pessoas esperavam de você. Está tudo bem não seguir os passos dos seus pais ou buscar uma nova versão de você mesma(o).

Está tudo bem dar o melhor de você e ainda assim falhar. Amanhã será um novo dia.

Busque falar o que você sente ou colocar o que está de obscuro dentro de você para fora. Procure conforto nos seus amigos e na sua família, mesmo que ela não seja de sangue. Não tenha medo de pedir ajuda, de se sentir vulnerável ou com medo.

Sabe aquele discurso de que nós entramos e saímos dessa vida sozinhos? É balela. Nós estamos aqui uns pelos outros, mas nem todo mundo ainda conseguiu perceber isso.

Não tenha medo de ser aquela pessoa diferente ou fora dos padrões. Não acredite que todo mundo é tão feliz quanto parece. ADORE Contos de Fadas, mas não passe a vida esperando por eles. Apenas, VIVA.

O mês de setembro apenas reforça o que deveríamos todos fazer uns pelos outros durante o ano inteiro, a vida inteira. Se trate com mais carinho e pense nas palavras que dirige ao próximo. Todos nós estamos enfrentando demônios todos os dias. Portanto, se precisar escolher, escolha ser gentil.

Se você acha que está tendo problemas relacionados à sua saúde mental ou conhece alguém que está passando por alguma dificuldade, procure ajuda psiquiátrica, psicológica ou um grupo de apoio. Se você estiver precisando de ajuda ou quer conversar, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 188 ou pelo site: https://www.cvv.org.br. O atendimento funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Sejamos mais empáticos com a dor do outro, pois ela é legítima.💛

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Uma jornalista um tanto quanto nerd, apaixonada por conteúdo, música, filmes, séries e afins. Fundou o blog para dividir as alegrias e as angústias de uma vida que surpreende a cada novo capítulo.

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